Em 2011.04.07 escrevi no semanário “O Dever” e cito: “Em São Roque também se realizava esta procissão, recuperada na altura do Padre Idalmiro, enquanto pároco e julgo que, há três anos, ainda se realizou com as duas filarmónicas da vila, mas, como as outras (Corpo de Deus e Senhor Morto – 6ª feira Santa) vai descambando para o esquecimento'. Com muita pena o refiro aqui. A das Lajes julgo que ainda continua e oxalá que sim.
Julgo que a nova evangelização não acabou com esta procissão, que mais não é do que uma Via Sacra. Esta passou a ser muito usual no tempo da Quaresma e “teve origem na época das Cruzadas (do século XI ao século XIII): os fiéis que então percorriam na Terra Santa os lugares sagrados da Paixão de Cristo, quiseram reproduzir no Ocidente a peregrinação feita ao longo da Via Dolorosa em Jerusalém. O número de estações, passos ou etapas dessa caminhada foi sendo definido paulatinamente, chegando à forma atual, de catorze estações, no século XVI. O Papa João Paulo II introduziu, em Roma, a mudança de certas cenas desse percurso não relatadas nos Evangelhos por outros quadros narrados pelos evangelistas;” fim de citação.
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Ora, este ano e nestes poucos dias que passei no Pico, foi com satisfação que recebi a informação do Pároco de São Roque – Rev. João António Neves, de que esta Quaresma, no Pico, seria celebrada de forma integrada e aí se insere a calendarização das Procissões do Senhor dos Passos, para não colidirem umas com as outras, como adianto: São Mateus – 26 de Fevereiro (já realizada); Lajes – 4 de Março (neste domingo); Madalena – 11 de Março; Ribeiras (Santa Cruz e Santa Bárbara) – 18 de Março e São Roque – 25 de Março. É de relevar esta atitude do Clero da nossa Ilha e a maturidade que demonstra o entendimento a que chegaram. Ainda bem.
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Na paroquial de São Roque, não sei se sempre foi assim, mas há alguns anos que tal não me ocorre ter acontecido, está-se realizando na Matriz, todas as 6ª.s feiras da Quaresma, a Via Sacra e os fieis tem vindo a aumentar desde a primeira… Será que assim continuará até à Páscoa? Esperamos que sim, pois esta “piedosa” devoção relembra tão somente o percurso de Cristo até ao Calvário, como acima transcrevi, mas também deverá ser instrumento meditativo e introspetivo para cada um de nós cristãos.
A evolução é constante e dinâmica, mas a fé e as ações piedosas da nossa religião servem para buscarmos caminhos de esperança e de renovação interior…
Claro que tudo isto, nada tem a ver com pieguices, mas sim com a vivência cristã de cada um, livremente assumida… a caminho da Páscoa da Redenção.
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